Um olhar sobre as desigualdades de gênero e suas consequências para a saúde mental feminina.
A interseção entre gênero e saúde mental tem se tornado um tema cada vez mais relevante nas discussões contemporâneas sobre saúde. Historicamente, as mulheres apresentam uma maior vulnerabilidade a transtornos mentais, como depressão e ansiedade, em decorrência de fatores sociais e culturais que impõem sobrecarga, restringem suas escolhas e perpetuam estereótipos de gênero.
Por que as mulheres são mais afetadas?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica diversos fatores que contribuem para a maior prevalência de transtornos mentais entre as mulheres:
Dupla jornada de trabalho: A sobrecarga resultante das responsabilidades domésticas, do cuidado com os filhos e das obrigações profissionais intensifica o estresse e a exaustão nas mulheres.
Maternidade: As alterações hormonais, as exigências associadas à maternidade e a falta de apoio social podem desencadear ou agravar quadros de depressão e ansiedade.
Vulnerabilidade social: Mulheres, especialmente aquelas pertencentes a grupos marginalizados (como raça, classe e orientação sexual), enfrentam desafios e desigualdades sociais que as tornam mais suscetíveis a problemas de saúde mental.
Mudanças hormonais: Eventos como o ciclo menstrual, a gestação, o parto e a menopausa acarretam significativas alterações hormonais, as quais podem influenciar o humor e aumentar o risco de transtornos mentais.
Particularidades do sistema neurológico: Pesquisas indicam que existem diferenças no funcionamento cerebral entre homens e mulheres, o que pode aumentar a suscetibilidade feminina a determinados tipos de transtornos mentais.
Assim, as mulheres enfrentam um risco elevado de desenvolver transtornos mentais, como depressão e ansiedade, quando comparadas aos homens. Diversos fatores, incluindo o estigma social e as expectativas de gênero, contribuem para essa disparidade. A dificuldade em buscar ajuda, aliada aos impactos negativos na qualidade de vida, torna essa questão um grave problema de saúde pública. Portanto, é fundamental discutir a saúde mental feminina, promover a igualdade de gênero e garantir acesso a serviços de saúde mental especializados e acolhedores.
A Interseccionalidade da Saúde Mental Feminina
Mulheres negras, indígenas e LGBTQIA+ são grupos que enfrentam discriminação acentuada, tornando-se, assim, mais vulneráveis a transtornos mentais. Essa vulnerabilidade resulta da interseção de diversos fatores, tais como:
Racismo: A vivência do racismo, que inclui microagressões e discriminação sistêmica, pode provocar altos níveis de estresse crônico, elevando o risco de depressão, ansiedade e outras questões de saúde mental.
Classismo: A desigualdade socioeconômica restringe o acesso a serviços de saúde mental de qualidade, intensifica o estresse relacionado à pobreza e à insegurança financeira, e pode levar à estigmatização e discriminação.
Homofobia e transfobia: A discriminação e a violência baseadas na orientação sexual e na identidade de gênero podem causar traumas psicológicos profundos, isolamento social e um aumento do risco de suicídio.
Outros fatores que contribuem para essa vulnerabilidade incluem:
Papéis de gênero: As expectativas sociais em relação aos papéis de gênero podem levar as mulheres a assumirem múltiplas responsabilidades, como o cuidado da casa e dos filhos, além do trabalho fora de casa, resultando em sobrecarga e burnout.
Violência de gênero: A experiência de violência doméstica, sexual ou assédio sexual aumenta significativamente o risco de transtornos mentais, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.
Estigmas: A estigmatização associada à saúde mental, à orientação sexual e à identidade de gênero pode dificultar a busca por ajuda e o acesso a tratamentos adequados.
A desigualdade de gênero é um fator determinante para a saúde mental das mulheres. É imperativo transformar a realidade das mulheres, assegurando que todas tenham acesso a serviços de saúde mental de qualidade e vivam em um ambiente livre de discriminação e violência.
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