Por Sttela Vasco
O Impulsione Pretas 2023 terminou e podemos dizer que essa edição foi um sucesso! Nesta edição, tivemos 200 mulheres participantes. Foram três dias de evento em formato híbrido onde as mulheres puderam trocar experiências, conversar e aprender mais sobre temas como empregabilidade, autocuidado e empreendedorismo, tudo por meio de diálogos que levassem em consideração as temáticas de raça, classe social e gênero.
Contando com o apoio da Afya, Reversa, Cushman&Wakefield, Vagas, Faber-Castell, AmorSaúde e Umbler, foi possível ampliar a programação, acrescentando um dia na modalidade online. Entre os dias 23 e 25, reunimos especialistas em painéis, roda de conversa, mentoria, palestras e dinâmicas.
Com a presença de nomes como Joyce Trindade, Fabiana Saraiva e Gaby Ferreira, os encontros renderam muita reflexão e possibilidades para as próximas edições. Ainda houve o sorteio de livros no dia 25, durante a programação presencial.
programação online
A programação online aconteceu nos dias 23 e 24. Abrindo as atividades no dia 23, tivemos o painel Vozes Femininas: Mulheres negras no mercado de trabalho, com Joyce Trindade, Secretaria da Mulher na prefeitura do Rio de Janeiro, Fabiana Saraiva, Líder de Negócios de Marca L’Óreal, e Marina Valetim, Líder de atração de talentos da Afya. A moderação foi feita por Thays Pereira, assistente de projetos da Cruzando Histórias.
Dentre os temas abordados, estava a presença de mulheres negras em cargos de liderança. Para as convidadas, há um problema em como a maioria das vagas afirmativas abertas são para cargos operacionais, e essas próprias já têm altas demandas. "Equidade é diferente de igualdade. A nossa história foi apagada, como que a gente faz a alta liderança entender esse tema e a necessidade de atender essa pauta? Será que se eu abrir uma vaga de estágio que demanda inglês, excel e mais uma série de coisas, reflete a nossa realidade?", questiona Marina.
Já para Joyce, há um peso diferente em ser uma liderança na área pública. "Infelizmente, quando as pessoas me veem elas não imaginam que eu sou a secretária. É um processo contínuo de reafirmação, especialmente sendo uma mulher negra, jovem e da periferia. As pessoas não me enxergam como alguém que está na tomada de decisão", explica.
A união e a troca entre mulheres negras como forma de fortalecimento foi outro ponto tocado durante o papo. "Você ouvir alguém compartilhando aquele 'eu também, eu vivi isso', essa possibilidade de trocar é um autocuidado. Quando a gente troca, a gente cresce juntas", diz Fabiana. "Nós como pessoas negras em lugar de alta liderança teremos pouco espaço para falhar" complementa Joyce ao destacar a importância dessas conexões.
Na sequência, após o encerramento do painel, houve uma mentoria coletiva com voluntárias especialistas. O objetivo era auxiliar às mulheres com suas dúvidas e questionamentos acerca do mercado de trabalho, orientando como elas podem destacar suas habilidades e experiências e filtrar melhor oportunidades.
É importante lembrar das pessoas que estão dentro da nossa casa, da nossa vizinhança. Porque às vezes essas pessoas não enxergam seu potencial, então, eu posso ser aquele incentivo. - Fabiana Saraiva
Já durante o dia 24, o foco foi em empreender. Carolina Pontes, assistente de relacionamentos na Cruzando Histórias, Carol Soares, assistente de comunicação também na ONG, e Samanta Constantino, empreendedora na área da beleza, se reuniram e apresentaram três breve palestras para as inscritas unindo temáticas como marca pessoal, definição de público-alvo e autoestima.
Abrindo a conversa, Carolina Pontes trouxe Um panorama do empreendedorismo negro e feminino no Brasil. "Independentemente do seu produto, se tem mais dez ou quinze mulheres vendendo o mesmo, cada mulher vai vender com o seu perfil, com a sua identidade", explicou ao comentar a respeito do medo que algumas mulheres sentem ao empreender por já existirem outras mulheres fazendo o mesmo.
Emendando nesse tema, Carol Soares abordou justamente como é possível encontrar Público-alvo e persona: como definir seu cliente ideal. Ela mostrou que, ao definir quem você deseja alcançar, há espaço. "Você não precisa falar com todo mundo. Saiba com quem você quer falar, é importante ter uma comunicação personalizada, assim você consegue realmente compreender as dores do seu cliente e mostrar como você pode ajudá-lo", diz.
Vou levar esse aprendizado comigo, eu estava precisando. Acredito que assim darei um rumo na minha vida. - Poliana Freire
Fechando o dia, Samanta Constantino abordou Autoconhecimento, autoestima e autodesenvolvimento, reforçando como é importante ter confiança para poder empreender, acreditando em si mesma. "Quando você não sabe quem você é, você não sabe para onde vai. Daí vem a importância do autoconhecimento. Nós precisamos nos cuidar, cuidar das nossas emoções", afirma.
programação presencial
Já no dia 25, o encontro foi presencial, na Casa CH, em São Paulo. Começamos o dia com muita interação junto à AmorSaúde. Representada por Jéssica Souza, gerente de marketing, e Milena Almeida, relações públicas, a empresa trouxe uma palestra sobre saúde feminina interativa, onde as participantes puderam responder a uma série de quiz, além de apresentarem a AmorSaúde, vagas e distribuírem vouchers para consultas e diversos brindes.
Para poder gostar de mim, eu precisei quebrar padrões e criar novos - Gaby Ferreira
Na sequência, houve uma roda de conversa com dinâmicas com Gaby Ferreira, Analista Comportamental com foco em empoderamento e autoestima. Nela, as mulheres puderam conhecer mais umas sobre as outras e tiveram a chance de explorar o que desejam para si e o que podem fazer para alcançar seus objetivos.
Finalizando, houve o sorteio de dez livros doados pela editora Darkside com autoria de mulheres negras. Cada participante também saiu com uma edição do livro A Potência da Liderança Consciente, de Daniel Spinelli, que foram doados para a ONG.
Fale conosco: parceria@cruzandohistorias.org.br
Comments