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Foto do escritorSttela Vasco

O combate à violência contra as mulheres também passa pelos homens

Segundo dados do Relatório Global sobre Feminicídios da ONU Mulheres e UNODC, uma mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por seu parceiro íntimo ou outro membro da família. Na maior parte dos casos, o agressor é um homem. Apenas em 2024, a Justiça brasileira registrou mais de 380 mil casos de violência contra mulher, o que contabiliza 2,5 mil processos de violência contra a mulher por dia, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


Constantemente falamos sobre o combate à violência - ou melhor, às violências - contra a mulher. São datas especiais e campanhas relembrando como é importante que nós como sociedade não deixemos que casos assim fiquem impunes ou se perpetuem, sejam eles de violência física, psicológica, sexual ou qualquer outra tipificação. No entanto, ao abordarmos o tema é comum nos dirigirmos exclusivamente às mulheres. Não está errado, mas pode não ser tão eficaz.


Isso porque, se os homens estão no centro da questão quando falamos sobre agressores, eles também precisam participar desse debate e, mais importante, agir. Ainda que conscientizar mulheres e apoiar vítimas seja fundamental dentro de qualquer campanha, para que exista um real avanço para esse problema, precisamos que os homens estejam presentes e sejam parte da solução.


Como afirma bell hooks em O feminismo é para todo mundo - políticas arrebatadoras, "todas as mulheres do mundo podem se tornar feministas, mas, se os homens permanecerem sexistas, nossa vida ainda será desvalorizada. É urgente que homens levantem a bandeira do feminismo e desafiem o patriarcado". Enquanto homens não se tornarem verdadeiros aliados no combate à violência de gênero, pouco irá mudar.


No Brasil, desde 2007, o dia 06 de dezembro é marcado como o Dia nacional de mobilização dos homens pelo fim da violência contra as mulheres. A data é um lembrete de que não é preciso muito para ser um aliado e fazer a diferença, mas é necessário querer. Mudar uma realidade tão enraizada em nossas vidas não é simples ou fácil, muito menos irá acontecer em pouco tempo. Porém, sem a participação dos homens, todo o processo se torna muito mais difícil e complexo.


como um homem pode ser aliado?


Quando falamos em aliados, parece que estamos pedindo algo muito difícil ou complexo, afinal, o que um aliado faz? No entanto, apoiar uma causa e combater violências e desigualdades na sociedade, ainda que não venha com um manual, é algo simples de se fazer, uma vez que exista a vontade. Pensando nisso, separamos três atitudes que homens podem ter para ajudar no combate à violência contra mulheres.


aprenda


Primeiro de tudo, é preciso se educar. Crescemos com visões distorcidas sobre os papéis que homens e mulheres têm na sociedade, muitas vezes acreditando em uma relação de superioridade de um perante o outro e, para mudar tais pensamentos, é necessário dar um passo para trás e aprender. Leia mulheres, ouça aquelas que abordam o tema, se aprofunde em pesquisas sobre violência de gênero, pesquise.


ouça


Mulheres estão há muito tempo falando sobre as violências que sofrem e o que é preciso para que essa realidade mude. Então, ouça. Ouça relatos, converse com mulheres, escute suas vivências. E, mais importante, não tente ensinar a uma mulher o que é ser mulher na nossa sociedade. Deixe de lado suas visões e conceitos preestabelecidos e ofereça a sua escuta, busque compreender aquela vivência e não a questione. Lembre-se: esse é o lugar de fala e o momento dela.


aja

Quando falamos em agir, não estamos falando apenas de intervir em situações já existentes, ainda que isso seja importante, mas também agir para a mudança. Isso envolve repassar o que se aprendeu, conversar com outros homens, corrigir quando algum amigo ou conhecido demonstra posturas que corroborem com qualquer tipo de violência. Agir é também usar a sua voz e o seu privilégio para chamar atenção à causa.


denuncie

Caso você conheça alguma mulher em situação de violência doméstica, entre em contato com a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180. O serviço, que é gratuito, também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso.


A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher. O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.


a cruzando histórias nessa luta


Entendemos que recolocar mulheres no mercado é uma maneira de combater as diversas violências que sofremos, porém, não é o bastante. Com isso, visamos, por meio de parceiros, trazer informação e conhecimento para o máximo de pessoas. Entre as possibilidades, oferecemos:


 Treinamento de combate ao assédio no ambiente de trabalho;

 Palestra sobre Violência contra a mulher;

 Stand Up - Treinamento de prevenção à importunação sexual;


leia mais:




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