No dia 12 de junho, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, divulgou o relatório “Índice de Normas Sociais de Gênero”. Nele, um dado em especial chamou a atenção: 90% da população mundial tem algum preconceito contra mulheres. No Brasil o cenário não é muito melhor: 84,5% dos brasileiros disseram ter pelo menos um tipo de preconceito contra mulheres.
Para a análise, o Programa analisou quatro dimensões: integridade física, educação, política e econômica. De acordo com a visão de 46% dos entrevistados, homens devem ter mais direito a emprego do que mulheres. 43% acredita que homens são melhores executivos. No Brasil, 31% das pessoas acham que homens têm mais direito a vagas de trabalho ou são melhores em cargos executivos.
Quando observarmos a dimensão "integridade física", os dados são ainda mais preocupantes. Globalmente, 25% dos entrevistados acreditam que “é justificável um homem agredir sua companheira.” Quando o foco é o Brasil, mais de 75% tem preconceitos em questões de violência e direito de decisão sobre ter filhos.
o reflexo na empregabilidade
Com frequência falamos sobre como o mercado de trabalho dificulta a entrada, permanência e crescimento de mulheres e tais dados refletem isso. Atualmente, sabemos que 26 milhões de mulheres estão fora do mercado de trabalho*, o número é o dobro dos homens. As que mais encontram dificuldades são as mães, especialmente aquelas com filhos de até cinco anos e com mais de três filhos.
A falta de emprego impacta diretamente em quadros de violência, isso porque dependência financeira, em especial quando há crianças envolvidas, é um dos motivos que mais impedem as vítimas de buscarem apoio e saírem daquela situação. No Brasil, três mulheres são assassinadas a cada dia. Em 2019, quase 90% dos casos de feminicídio o autor era companheiro ou ex-companheiro da vítima.
Enquanto esses preconceitos não forem combatidos, pouca coisa mudará de fato. É fundamental que as mulheres não apenas consigam empregos, mas possuam amparo e segurança para, além de sustentarem a si mesmas e outras pessoas a quem talvez cuidem, possam construir uma independência financeira que as possibilite alcançar seus objetivos e sair de situações de abuso.
Na Cruzando Histórias entendemos a importância de se combater o desemprego entre mulheres e como isso é fundamental para realizar também o combate à violência. Temos uma série de ações, entre palestras, workshops e muito mais, sobre ambos os temas.
A sua empresa pode nos ajudar nessa causa!
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*Pesquisa realizada pela Sociedade de Economia da Família e do Gênero (Gefam) com base em dados da Pnad Contínua, do IBGE.
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